Nem os melhores
Uma rápida conversa de café sobre a 15ª maratona de Lisboa, elucidou-me para os constrangimentos sofridos por aqueles que mais se esforçam numa competição deste género, sim, estou a falar daqueles que participam na modalidade de cadeira de rodas, uma rápida avaliação psicológica diz-nos que quem esta a competir em tais condições tem uma motivação acrescida a um comum corredor, e tudo o que desejaria, seria um igual tratamento entre os demais, pois tal não acontece….exemplos são muitos mas rapidamente e a titulo elucidativo exponho alguns: No site oficial onde as listas dos resultados estavam afixadas, os resultados da modalidade de cadeira de rodas não estavam publicados (um telefonema para os responsáveis do site, e logo se prontificaram a desculpar-se dizendo que em breve iriam ser publicados), apenas o jornal “o jogo” se dignificou a gastar uma linha de papel indicando o nome do primeiro e do segundo qualificado, o site da câmara municipal de Lisboa apenas refere o vencedor do modalidade mas não se inibiu ao dar ênfase à participação de nomes como Jorge Sampaio, José Sócrates e António Carmona Rodrigues, chegando ao cúmulo de fazer referencia aos ilustres que viam a prova sem suor. A discriminação não fica por aqui, a rampa de acesso ao pódio era de tal maneira íngreme que dois dos três atletas portadores de deficiências motoras, que depois de mostrarem tamanha força de vontade e que com tanto orgulho conseguiram superar (e vencer) a competição, tiveram que pedir ajuda para receber o prémio…irónico não?
Agora façamos nós o exercício de transpor estas dificuldades e descriminações para o mundo real, mundo esse que não esta equipado para “ter rampas de acesso ao pódio para os vencedores da modalidade de cadeiras de rodas”… pois, não convém esquecer que quem têm de ultrapassar tamanhas dificuldades e obstáculos diariamente no seu quotidiano talvez não esteja tão bem preparado física e psicologicamente.
Agora façamos nós o exercício de transpor estas dificuldades e descriminações para o mundo real, mundo esse que não esta equipado para “ter rampas de acesso ao pódio para os vencedores da modalidade de cadeiras de rodas”… pois, não convém esquecer que quem têm de ultrapassar tamanhas dificuldades e obstáculos diariamente no seu quotidiano talvez não esteja tão bem preparado física e psicologicamente.

Foto:Catarina Larcher

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