17.3.05

MacMundo

Vivemos encurralados, sim encurralados, de um lado a individualidade cosmopolita traduzida por uma luta sem escrúpulos na sociedade consumista, do outro a padronização do indivíduo. Já não se consegue nem cheirar nem sentir o carácter à distancia, a personalidade evaporou (certamente mais uma consequência do aquecimento global provocado pelo efeito de estufa), o resultado desta virose global é o confronto diário com pessoas de roupa, mentalidade e outros aspectos do pensamento idênticos, o que ainda se consegue distinguir são as vestimentas o cheiro e o conteúdo oratório de algumas tribos isoladas, pelas quais se divide toda uma nação, perseguida pela necessidade de se por igual a estupidez obvia relatada na televisão, rádio e cinema “made in USA”.O aproveitamento óbvio da mentalidade básica humana de se querer igual aqueles que mais tem, é explorada por todos os franchising que encontramos já a roubar as nossas pequenas lojas. A consequência obvia de tamanha perca de individualidade é ver me confrontado com formigueiros inteiros de uma escala assustadora a seguirem se uns aos outros atraídos como que por uma segregação química natural (algo que na verdade se passa com as formigas, mas que nenhuma tese cientifica mostrou acontecer no Homo sapiens). Chegou-se ao cúmulo de se conseguir vestir nas mesmas lojas e comer nos mesmos restaurantes em qualquer cidade do mundo, não é preciso irmos ver com os nossos olhos, as próprias marcas fazem questão de ter luzinhas a piscar intermitentemente mostrando a localização das suas lojas espalhadas pelo mundo. (e.g.,MacDonalds). O sucessivo alastramento desta “contaminação” tem consequências obvias para a perda dos valores tradicionais, há quem diga que não, mas eu acredito piamente que sim, basta irmos a uma qualquer aldeia do interior do pais, e com uma breve conversa com um habitante local, percebemos rapidamente que não vivemos no mesmo mundo e ficamos boquiabertos a pensar que assim que aquela pessoa morrer, aquele conhecimento ancestral vai “partir tijolos” juntamente com o seu dono e assim perder-se para sempre, conhecimento este que foi passado de gerações em gerações através de tempos remotos, mas que ainda hoje são úteis e aplicáveis mesmo em ciências em que a dimensão do conhecimento cientifico é assustadoramente desenvolvida; sim estou a falar por exemplo da meteorologia…a moça bonita que apresenta o boletim meteorológico bem pode dizer que amanha vai estar um lindo dia de praia, e o site na World wide web que têm dados obtidos por satélite idem, mas se o velhote da aldeia olhar para o céu e vos disser que amanha afinal de contas vai chover…aconselho-vos a levarem convosco um chapéu de chuva…Não querendo fugir ao cerne da questão que me levou a escrever estas sucessivas palavras, temo que o alastramento desta epidemia seja inevitável, invoco à individualidade de cada um associada à lucidez de muitos dos que me rodeiam para mostrar a indignação à prepotência que alguns poderosos têm de quererem fazer de nós linhas de montagem, minimizando e reduzindo assim os riscos de “avarias” (revoltas e outras coisas mais) e custos inerentes à nossa “produção” (vida). Sonho que um dia ainda será possível vivermos sem que sejamos todos uns simples grãos de areia.

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